“A medicina começa a perceber que não se pode falar da origem das doenças sem incluir estilo de vida, dieta, meio social, meio ambiente e, o que é talvez mais interessante, a consciência e as emoções.” (BARASCH, 1997, p.82).

terça-feira, 17 de novembro de 2009

NA MUSICOTERAPIA ESTÉTICA VALE MENOS QUE EXPRESSÃO

Antes de ser musicoterapeuta por formação, Leonardo Mendes da Cunha sempre esteve no meio da música, sempre tocou violão, assim como seu pai. Nos momentos difíceis, ele pegava o instrumento e esquecia dos problemas.

Essa relação com a música o ajudou até a romper preconceitos. Quando passou a perceber que a música tinha o poder de tocar as pessoas, resolveu se especializar na área.

Leo, que também é psicólogo, começou seu trabalho em instituições de saúde mental e há 10 anos trabalha em consultório particular atendendo a diferentes públicos: crianças, adultos, e idosos. Ele atende pessoas com diferentes tipos de patologias, pacientes com transtorno mental, Depressão, Esquizofrenia, Mal de Alzheimer, Autismo, entre outras doenças.

“O musicoterapeuta tem que pensar a música diferente de como um músico pensa. O músico se preocupa com a estética musical, com a afinação dos instrumentos, já o musicoterapeuta começa a pensar a música como forma de expressão, como um canal de comunicação”, explica Leo.

Cultura musical




O musicoterapeuta trabalha em cima do repertório musical do paciente. Se ele não tiver nada da história da pessoa, mas souber pelo menos onde ela nasceu, ele tenta fazer um resgate da cultura dela através da música.

Por exemplo, se o paciente nasceu na região Nordeste, o musicoterapeuta vai pesquisar quais são os estilos musicais predominantes no lugar, e a partir disso desenvolver um trabalho, sempre valorizando a cultura e a identidade da pessoa.

“A musicoterapia requer uma técnica bem específica, é necessário ter uma formação musical, o profissional precisa ser graduado em musicaterapia”, diz Leo. A área de atuação é muito ampla, pode-se trabalhar em hospitais, consultórios, em comunidades, entre outros lugares. As terapias com música podem ser feitas de forma individual, em grupo ou em comunidade.

Leonardo tem um público infantil muito grande, atende muitas crianças que têm dificuldades na aprendizagem ou comportamento agressivo, que resistem a fazer outro tipo de tratamento.

Expressando sentimentos

Normalmente os pais levam o filho logo ao psicólogo, mas as crianças não se sentem estimuladas, acham chato, e não sentem vontade de ir. Já com a música a relação é diferente, desperta a criatividade e o lado lúdico delas.

“No consultório são trabalhados alguns conteúdos psico-emocionais através dos sons, da brincadeira, inventando histórias,compondo e improvisando através de letra e música, brincando com os ritmos. A experiência da criança com a música é de corpo e alma”, conta Leo.

A letra de uma música muitas vezes traduz sentimentos, o nosso estado de espírito. “Falar de solidão com as palavras é mais difícil do que com a música, pois com a música você não precisa dizer que vai falar de solidão, você apenas canta”, explica Leo.

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