“A medicina começa a perceber que não se pode falar da origem das doenças sem incluir estilo de vida, dieta, meio social, meio ambiente e, o que é talvez mais interessante, a consciência e as emoções.” (BARASCH, 1997, p.82).

domingo, 22 de novembro de 2009

Instrumentos e desenhos geométricos ajudam pacientes no IBR

Som, ritmo e harmonia usados para criar novas ligações entre os neurônios estimulando a capacidade cognitiva cerebral. Música associada a formas geométricas utilizadas para orientar a marcha de pessoas com dificuldades psicomotoras. Tudo isso sob a regência de um Musicoterapeuta - terapeuta multinstrumentista, especialista em promover qualidade de vida em centros de reabilitação.

Utilizando a técnica própria de Musicoterapia Neuroativa, Rogério Baraúna atende no Instituto Baiano de Reabilitação (IBR) crianças e adultos com distúrbios neurológicos como o mal de Parkinson, Alzheimer, autismo e Síndrome de Down.

Segundo Baraúna, a musicoterapia está no Brasil desde o final da década de 60 e, com a pesquisa e capacitação de profissionais, vem crescendo significativamente a ponto de tratar também pacientes que sofreram AVC, dependentes químicos, gestantes e idosos.

Paciente toca instrumentos





“A Musicoterapia atua independentemente da fisioterapia, com movimentos voluntários e prazerosos para o paciente que se recupera tocando instrumentos através da percepção rítmica e melódica, no seu próprio tempo e sem sentir dor”, descreve Rogério.

O terapeuta explica que “os estímulos sonoros trabalham funções fonoarticulatórias, psicomotoras e psicoemocionais melhorando a auto-estima e memória”.

Na reabilitação com música, os aparelhos de fisioterapia como ultrassom, tens e infravermelho são substituídos pelo violão, violino, saxofone, flautas, chocalhos e marimbas, levando os pacientes a trabalharem suas dificuldades de forma lúdica com ganho na concentração, diminuindo a depressão e melhorando as relações sociais.

Movimentos em trilhas

Desenhos geométricos no chão da sala de tratamento formam trilhas feitas de círculos, quadrados e triângulos que dão suporte ao processo individual da marcha, ajudando no equilíbrio e orientação espacial da pessoa. Este foi um método criado por Rogério em 1995 e que vem dando bons resultados.

“Eu quase não andava, tinha dificuldades de coordenação motora, readquiri o movimento e equilíbrio a cada seção. Recuperei 75% da minha auto-estima, por isso agradeço muito ao tratamento e a Rogério, que estimula o nosso sucesso”, comenta a paciente Vera Santos.

Aumento da auto-estima é um dos inúmeros benefícios que a musicoterapia traz, além da elevação do humor e do profundo relaxamento que auxilia no sistema energético do corpo, diminuindo o estresse do paciente, promovendo o auto-conhecimento e domínio físico espacial.

Ética e associação


Segundo Baraúna, a resposta ao tratamento depende do quadro patológico em relação à lesão sofrida pelo paciente. Cada um, a partir de seu limite, encontra seu ritmo e desenvolve seu próprio movimento em harmonia com seu corpo, superando as dificuldades físicas e emocionais.

Rogério destaca que, além de ser musicoterapeuta, o profissional tem que estar filiado à Associação Baiana de Musicoterapia, ter na prática a sua conduta ética e técnica especializada.

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